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Atenção Caminhoneiro, o Bicho tá Pegando para os Poluidores!

Por Alfred Szwarc

Quem leu nossos artigos anteriores sabe que a poluição gerada pelos veículos a diesel faz mal para a saúde e para o meio ambiente. Ficou sabendo também sobre um Programa federal chamado PROCONVE que regulamenta, desde 1986, o controle das emissões de poluentes desses veículos. E que em função dessa regulamentação, as montadoras e fabricantes de motores a diesel tiveram que desenvolver soluções tecnológicas para reduzir cada vez mais os poluentes gerados no motor pela queima do combustível.

Infelizmente, o caminhão com poluição zero e manutenção zero ainda não chegou ao mercado e, portanto, o setor de transportes tem que conviver com as tecnologias existentes, mesmo com aquelas que exigem um esforço adicional do transportador, como é o caso da tecnologia SCR, adotada nos veículos produzidos a partir de 2012 para o controle da poluição, que necessariamente requer o uso do ARLA 32, pois do contrário não funciona. Mas, como o Brasil é um país onde a prática do não cumprimento da legislação se dissemina facilmente, a fraude no uso do ARLA 32 passou a ser comum. Os meios usados na fraude são variados e incluem o uso de emuladores conhecidos como “chips paraguaios”, a desconexão do fusível do sistema de controle de emissões e a substituição do ARLA 32 por produto caseiro, fora de especificação, ou por produto adulterado ou, ainda, por água, só para tentar enganar quem se dispuser a fiscalizar o veículo. Em qualquer dos casos a emissão dos óxidos de nitrogênio (NOx), um dos principais poluentes emitidos pelo motor diesel, aumenta brutalmente, fazendo com que o veículo deixe de atender a legislação ambiental. Trata-se, portanto, de crime contra o meio ambiente e contra a saúde da população. Esta pratica é passível de multa, de apreensão do veículo e até de prisão! Atenção caminhoneiro, a Polícia Rodoviária Federal vem se capacitando com treinamento e equipamentos, e apertando a fiscalização em várias regiões do país, especialmente onde há indicação de maior número de transgressões. Várias prisões já ocorreram, além dos prejuízos que a multa e a apreensão do caminhão trazem. Efetivamente, fraudar a legislação ambiental não é uma boa ideia. O aparente lucro fácil que a pequena economia no uso do ARLA 32 traz, pode se transformar facilmente num pesadelo para o transportador. O caminho da responsabilidade ambiental e social, com pleno cumprimento da legislação, é o caminho para uma melhor qualidade de vida para a sociedade da qual, evidentemente, o transportador e seus familiares e amigos, também fazem parte.

Frequentemente encontro pessoas que tiveram a oportunidade de viajar para o exterior e visitar países mais desenvolvidos nesse setor. Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Espanha, Itália, Portugal e Japão estão frequentemente dentre os principais destinos visitados. Em geral, as pessoas voltam maravilhadas com a limpeza das ruas, organização da sociedade, educação do povo, beleza dos parques, segurança, respeito no trânsito e cuidados com o meio ambiente. Bacana, não? Pois é, nada disso é possível sem o respeito às leis o que, na prática, significa praticar a cidadania e respeitar o direito do próximo. Nesses países, a tecnologia de controle que utiliza o ARLA 32 existe há mais tempo que no Brasil e não se vê a ocorrência de fraudes como se vê aqui. Precisamos mudar essa cultura e cabe ao transportador fazer a sua parte. Acredito que em 2016 o bicho vai pegar mais forte para os poluidores. Desejando boas festas aos leitores, recomendo que quando estiverem festejando o Natal e a passagem do ano com seus entes queridos, respirem fundo e torçam para que o ar esteja limpo!

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